o livre arbitrio

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 PARTE I



PARTE II



    
                      O livre arbítrio em Santo Agostinho

Problema Filosófico. Porque e quando o mal aparece na vida do homem? 
Objetivo:
Em nosso dia a dia procuramos nas coisas a nossa volta os por quê s, e quando surge o mal no ser humano; muitos dizem que nasceu junto com o ser, que se aprende vendo os outros a fazerem, que lhe é ensinado. E partindo deste ponto vão mais alem questionando-se da seguinte forma, se Deus criou tudo o que existe, logo ele criou o mal que está no homem. assim sendo Ele o grande criador deste problema da humanidade. Santo Agostinho não concordando com este dilema e vai por meio da razão explicar que o mal não vem de Deus, mais sim da paixão que existe no homem.
  Introdução:
Na obra O Livre Arbítrio Santo Agostinho tem como problema a questão da liberdade humana, e o da origem do mal no homem.
Agostinho não podia suportar a idéia de que Deus fosse a causa do mal no homem (ser o seu criador, como Deus na sua mais que infinita bondade poderia ter feito, criado isto junto com o ser humano?) então ele se aprofunda no tema e faz uma grande varredura procurando onde e quando surge o mal no homem.
Para Agostinho, este problema de onde é que surge o mal vem desde quando ele era ateu, e ele vivia em uma constante busca de onde que se surgia este mal, e onde ele por primeiro encontrou foi no Maniqueísmo (seita fundada por Mani que reunindo elementos do zoroatrismo e do cristianismo, oferecia uma vida racional de acesso à verdade e uma metafísica de cunho fortemente materialista, de cujas idéias Agostinho partilhou por nove anos de sua vida. (Coutinho ano 2010.) não sendo suficiente os conhecimentos que ele tinha adquirido o Santo buscou mais fundo esta questão, no próprio cristianismo. assim encontrando um primeiro ponto, as paixões, e a partir de então ele busca através da razão demonstrar que o mal não vem de Deus mas sim dela da paixão do homem.
           A essência do pecado consiste em deixar se levar pelas paixões pois o homem é livre para escolher se quer se deixar levar ou não, pois ele tem, uma consciência dos seus atos,  assim prova que no homem consiste a  liberdade de escolha Portanto, não há nenhuma outra realidade que torne a mente cúmplice da paixão a não ser a própria vontade e o livre arbítrio. (O livre-arbitrio1995.).
O livro um relata exatamente isto que cometer o mal não é nada mais que do que submeter sua vontade ás paixões, a preferir aos bens propostos pela fé, em busca de uma satisfação pessoal, levando em si uma vida de pecado e sem compromisso com a razão coletiva.
Horacio l.martinez confirma também a seguinte idéia.  a origem da tendência ao pecado no homem é a paixão. (libidinis) ou concupiscência. Embora todos os homens queiram viver sem temor e ser felizes, o que distingue os que praticam a bondade dos que não a fazem, é que os primeiros renunciam àquelas coisas que não se podem possuir sem o perigo de perde-las (bens perecíveis), enquanto os outros,com o fim de gozar plenamente desses bens, cometem ações licenciosas levando uma vida de pecado.
              O livro dois é o coração da obra. Num método ascensional, Santo Agostinho prova a existência de Deus autor de todo bem. E a vontade livre, mesmo fraca, não se pode mesmo fraca, não pode recusar um lugar honroso entre os bens criados.
Através dos sentidos Agostinho vê e prova que, existe alguma coisa que fica alem da razão que é o que controla todos os movimentos do corpo, que ele da o nome de sabedoria. Por que? é através da mesma que podemos assim ver a razão dos nossos sentidos como dizia Evodio antes de obter o conhecimento dos seguintes fatos do mundo, existe algo alem dos nossos sentidos que não podem ser vistos ou tocados. (mas este sentido interior não se pode dizer que seja, nem a vista, nem o ouvido, nem o olfato, nem o gosto e nem o tato. Ele é, não sei que outra faculdade diferente, que governa universalmente a todos os sentimentos exteriores por igual e a razão é quem nos faz compreender isto diz Evódio) isto faz com que diferenciamos cada sentido dos cinco que tem nosso corpo, e está diferença que existe em nos é o que faz com que sintamos este algo alem da razão que, é simplesmente Deus.
   O livro III é complemento e esclarecimento dos livros anteriores.
Trata da Providência de Deus em face ao seres livres. Portanto, sempre louvar a Deus por ter criado a vontade livre, mesmo pecadora, como um elemento da vontade universal. Por certo, o pecado não depende da presciência divina, e não é necessário à ordem. Sua presença, porém, não consegue tornar a ordem atual indigna de Deus. A última palavra a respeito do pecado, como do mal físico, será sempre: “Louvores a Deus!”
Assim se compõe a obra o livre arbítrio, a origem do mal, o surgimento do pecado e aprova da existência e bondade de Deus, mas por que e quando o mal aparece na vida do homem.
Tal é a trama essencial, simples e poderosa de “O livre-arbítrio”.
                                                                                         (o livre arbítrio pág.15)
Origem de tudo.
1. Se Deus antevê que Adão pecara, então é necessário que Adão peque.
2. Se é necessário que Adão peque, então Adão não peca por sua própria vontade.
3. Se Adão não peca por sua própria e livre vontade, então ele não é censurável por seu pecado.
4. Adão é censurável por pecar?
Este é um clássico argumento cético na filosofia da religião, que  parece forçar nos a renunciar que Deus sendo Sabedoria divina antevê que Adão pecara e antevendo que adão pecara não existe o livre arbítrio assim Adão não e culpado por pecar.
Gareth B. Matthews diz que o problema da ante visão e do livre arbítrio não é de Santo Agostinho. Ele mesmo, no seu no livro cinco de A cidade de Deus, dá credito a Cícero por ter chamado sua atenção para o problema para ele, o problema era um bom argumento pra concluir que, se os seres humanos são culpáveis então não e um caso de existir um Deus com presciência desses atos condenáveis, ou seja reafirmando, o ser humano é responsável por seus próprios  atos pois ele é livre para escolher e assim Deus os fez.
[Cícero] constrange a alma em face em desse dilema, forçando-a a escolher entre assas proposições: ou existe algum espaço para o exercício de nossa vontade ou existe antevisão. Ele pensa que não podem ser ambas verdadeiras; afirma uma é negar a outra. Se escolhermos a antevisão, o livre arbítrio é aniquilado; se optarmos pelo livre arbítrio, a ante visão é abolida. E assim sendo um homem de eminente erudição, um conselheiro de ampla experiência e consumado engenho em questões que afetam vida humana, Cícero optou pelo livre arbítrio. (A cidade de Deus, 5.9)
    Santo Agostinho ele já fora do tempo de Cícero mas admirador segundo Gareth  da outra forma de ver o conceito de liberdade ele diz que a nossa vontade não seria uma vontade a menos que estivesse em nosso poder realiza- La e uma vês que está em nosso poder, é livre para se manifestar e vai mais alem dizendo que se não está em nosso poder não pode ser uma vontade. Diz também que Deus têm uma ante visão dos seus atos, mas não tira de mim o poder de escolher entre o bem e o mal por que a liberdade consiste em escolher o caminho que se quer seguir. Assim, o poder não é tirado de mim porque sua ante visão assim determinou, mas porque em sua ante visão o poder da vontade estará, por certo mais presente em mim (livro três: 3. 33-35).
 “Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo15. 14).  
     No seu livro 5 de A Cidade de Deus Agostinho diz o seguinte onde ele explica melhor.
“Não se segue, portanto, que não exista nada na nossa vontade porque deus anteviu tudo o que iria estar em nossa vontade; e se Ele anteviu isso, é porque existia algo a ser antevisto. Alem disso, se ao antever o que estaria em nossa vontade, Ele anteviu alguma coisa e não uma não entidade segue se imediatamente que existe algo em nossa vontade, mesmo se antevisto por Deus. Por conseguinte, não somos compelidos, de forma alguma, a preservar a antevisão de Deus abolindo o nosso livre arbítrio, ou a salvaguardar o nosso livre arbítrio negando a antevisão divina.”   
      A partir do momento em que Deus criou o homem ele o fez livre para escolher o que melhor ele queria para si, ou seja Adão tinha a total liberdade para recusar a fruta proibida mas não o fez porque dentro de si já existia uma paixão em saber porque ele não poderia comer somente daquela fruta, de todo o jardim do Edem. E quando a serpente ofereceu a Eva e Eva lhe ofereceu ele não pensou duas vezes em recusar apesar de ter em si a sabedoria que leva diretamente a ter uma boa razão de pensamento optativo que aquele fruto era do fruto proibido, e assim optando em  satisfazendo sua paixão interior que era repleta de liberdade, pois se não fosse não teria comido do fruto porque Deus não o permitiria, e  mesmo sabendo de tal liberdade, e  que podia conte-la, a sua paixão não o fez assim se rendendo a ela a sua própria liberdade de escolha pelo mal.
              Neste pecado, o homem preferiu a si mesmo a Deus, e com isso menosprezou a Deus: optou por si mesmo contra Deus, contrariando as exigências de seu estado de criatura e consequentimente de seu próprio bem. Constituindo em um estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente “divinizado” por Deus na glória. Pela sedução do diabo, quis “ser como Deus” mas “sem Deus, e antepondo-se a Deus, e não segundo Deus”.  (CIC 398).
        Em uma de suas conversas com Agostinho, Evodio pergunta se o mal pode ser ensinado, como que surge esta questão para ele. Agostinho diz que ensinar e coisa boa e onde se encontra o bem não pode estar o mal ou seja tudo que é ensinado é bom e o mal não sai daquilo que é bom mas daquilo onde não se encontra o bem, ou seja o mal não vem de Deus mas sim de um desvio do homem porque Deus em sua mais que infinita bondade somente que o bem para os seus filhos.
          A origem do mal em santo Agostinho está toda nas paixões desordenadas do homem, pois Deus da a ele a capaciade de escolher em sua vida o bem e o mal mas o homem se rende as paixões e acaba cometendo o mal como foi dito acima Deus pode até prever o mal mas ele também pré vê que não pode fazer nada para mudar o mal do homem por que nisto está a liberdade das escolhas onde  consiste o livre arbítrio.     
 Deus ele não e autor do mal, mas sim autor do homem de tudo que existe e que  foi por ele criado por sua imensa bondade e amor, porque se Ele é bom não pode praticar o mal se ele não pode praticar o mal ele não é o seu criador.
Gracielle Nascimento Coutinho diz o seguinte sobre Deus: É Ele o Sumo
Bem, eterno e imutável  pois de nada carece do qual procede toda natureza
material ou espiritual. Assim, toda natureza criada e um bem.
     Evodio pergunta a Agostinho se Haverá então algum outro autor do primeiro gênero de mal, uma vez estar claro não ser Deus?
     Responde Agostinho. que certamente, pois o mal não poderia ser cometido sem ter algum autor. Mas diz também a Evodio se perguntas para mim quem seja o autor deste mal, não o poderia dizer. Pois com efeito, não existe um só e único autor. Pois cada pessoa ao cometê-lo é o autor de sua má ação. Ou seja, Deus na sua infinita bondade não é autor do pecado digamos que Ele é autor da matéria e o mal e fruto dos homens, das suas paixões.
    O mal é o mau uso desse grande bem, que se dá do modo que vimos. E diz Agostinho “O bem que está em mim é obra tua, é teu dom; o mal em mim e meu pecado”. (Giovanni Reali). O mal que consiste no ser humano é obra do próprio ser humano e não de Deus.
  O homem é o elemento central de todo o projeto ético, o bispo relata que de tudo que Deus fez, o homem e o mais importante e é por isto que cabe a ele ser e fazer tudo dentro de um projeto ético de vida levando as coisas a serio pois, natureza alguma corrompe-se sem já estar viciada.
     Professor Bortolo em seu artigo A ética na idade media relata que o verdadeiro problema “ético não reside no cosmo”, mas no homem. O grande mistério da criação não é o mundo mas, o homem para si mesmo. Ou seja, o mal se resume no homem, e se o homem se concentrar em resolver o seu problema se afastará em fim do mal buscando assim o bem.
    Louvar a Deus faz parte da liberdade do homem mais consistente, pois todo aquele que busca fazer o bem se solidificar nele estar junto de Deus, e aquele que procura dominar as suas paixões desordenadas está a caminho.
    Santo Agostinho diz a seguinte coisa:
  Tão grande é a beleza da justiça, tão grande o encanto da luz eterna, isto é, da Verdade e da Sabedoria imutável, que mesmo se não nos fosse permitido gozar delas, a não ser pelo espaço de um único dia, em troca ter-se-ia plenamente razão em menosprezar por elas inumeráveis anos desta vida, embora repletos de delícias e transbordantes de bens temporais. Pois o salmista não se enganou ao dizer com tanto fervor: “Um só dia em teu santuário vale mais do que mil anos longe de ti” (Sl 83,11).
Ainda que se possam interpretar essas palavras em outro sentido, compreendendo por mil dias a mutabilidade da eternidade.
  
     Tudo que o homem faz na vida é em busca de um algo para a sua sobrevivência